Peça infanto-juvenil resgata memórias das heroínas da Independência da Bahia

Meninas contam independencia | Fotos: Ananda Mariposa

Duas atrizes descobrem um misterioso jogo de tabuleiro e embarcam numa divertida jornada rumo ao resgate da memória de mulheres da História do país. “Meninas Contam a Independência” é uma “peça-jogo”, um espetáculo lúdico, interativo e imprevisível como todo jogo de tabuleiro. A única certeza é que, até o final da partida, muitas serão as histórias desvendadas sobre as heroínas da Independência do Brasil na Bahia. Personagens como Joana Angélica, a Cabocla, Maria Felipa, Maria Quitéria e Urânia Vanério fazem parte das histórias, desafios e enigmas deste jogo no qual todo mundo sai ganhando em conhecimento. “Meninas Contam a Independência” é o novo trabalho do premiado grupo de teatro A Panacéia, que estreia no dia 14 de dezembro, às 16h, no Teatro Sesc-Senac Pelourinho, com entrada franca. A apresentação contará com recursos de acessibilidade, como audiodescrição, Libras e monitora de acesso.

As jogadoras dessa peça-jogo são as atrizes Ana Luisa Fidalgo e Márcia Limma, e a terceira personagem é interpretada pela atriz mirim Marina Fidalgo, de nove anos, que empresta a sua voz para dar vida à Urânia Vanério. “Essa personagem histórica era uma criança na época das lutas pela Independência, e a gente quis trazer ela também na voz de uma criança, a presença dessa voz percorre toda a peça e é ela quem conduz o jogo”, explica Camila Guilera, que assina a dramaturgia junto com Ana Luisa. Urânia Vanério foi uma baianinha muito corajosa que, em fevereiro de 1822, com apenas dez anos de idade, escreveu aquele que é considerado um dos mais radicais panfletos pró-independência, intitulado “Lamentos de uma Baiana”. Além de resgatar e difundir as histórias das personagens femininas da Independência da Bahia, o espetáculo provoca a reflexão do público sobre a invisibilização das mulheres da História.

“Meninas Contam a Independência” é fruto de uma jornada de quatro anos da oficina “Meninas Podem!”, através da qual o grupo A Panacéia conversou com diversas meninas de seis a 16 anos sobre histórias de mulheres incríveis da vida real e do imaginário. “São essas meninas que nos inspiram, elas estiveram conosco em todo o processo de pesquisa para construção da dramaturgia, e é por elas que seguimos escrevendo, pensando e atuando”, afirma Camila. Com direção de Lara Couto, a montagem é concebida e executada por mulheres, são 26 artistas e profissionais envolvidas em todas as etapas, desde a produção executiva, trilha sonora, figurino, adereços, maquiagem, mediação cultural, design, até assessoria de imprensa.

Além da estreia no Teatro Sesc-Senac Pelourinho, o grupo realizará também sete apresentações do espetáculo e oito oficinas em escolas municipais e Centros de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil em diversos bairros da cidade, como Garcia, Jaguaribe, Brotas, São Marcos, Coutos e Largo da Vitória. O espetáculo “Meninas Contam a Independência” faz parte do projeto “Mulheres na História e Histórias da Cidade”, contemplado pelo edital Gregórios – Ano III, com recursos financeiros da Fundação Gregório de Mattos, Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, Prefeitura de Salvador e da Lei Paulo Gustavo, Ministério da Cultura, Governo Federal.

Por Gabriela Fonseca


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