Entenda o que é a doença coronariana, principal causa da morte súbita em adultos


É possível evitar o mal súbito? A morte de Aline Bianca, musa da escola de samba Boa Vista, menos de 24 horas após o desfile no Carnaval de Vitória, deixou muita gente surpresa. A maioria das pessoas não sabe, mas embora o nome sugira, o mal súbito não acontece de uma hora para outra. Há sinais, que costumam ser silenciosos.

De acordo com o médico Robson Chamon, cardiologista do Vitória Apart Hospital, A doença coronariana – obstrução dos vasos sanguíneos que irrigam o músculo do coração – é a principal causa de morte súbita em adultos durante exercício. Mesmo aqueles que estão habituados a fazer atividade física, não estão imunes à doença.

“É essa doença que pode causar infarto. E ela não se desenvolve de uma hora para outra, ela se desenvolve em anos ou décadas. Então, mesmo que você esteja habituado a fazer atividade física, você pode estar desenvolvendo a doença. É a principal causa de morte súbita em atletas amadores, adultos acima de 35 anos, e pode não dar sinal nenhum”, explica.

Os poucos sinais, estão relacionados geralmente a uma sobrecarga do coração, ao esforço. “Um cansaço, com um esforço que conseguia fazer antes normalmente e já não consegue por algum motivo. Ou algum desconforto no peito, pode ser um aperto, uma queimação, uma ardência, alguma coisa assim. Ou até um desconforto até abdominal, que melhora quando fica em repouso. Então, isso seria o clássico. Fez esforço, sentiu, repousou, melhorou. Isso seriam os sinais. Se você estiver sentindo isso, você precisa ser avaliado imediatamente”, alerta o médico.

O cardiologista compara o carnaval a uma competição. Seja nos desfiles na avenida ou na intensa maratona de bloquinhos de rua, a folia exige muito corpo. “O carnaval geralmente tem situações muito adversas. Tem o calor extremo, a atividade física é extenuante e a mentalidade é de competição. O que isso quer dizer? A tendência é que mesmo sentindo alguma coisa, a pessoa não pare e queira continuar até o final. A pessoa vai indo, vai indo, independente se você está bem ou mal. Então tem que ser visto como uma competição, que essas pessoas tenham pelo menos um acompanhamento cardiológico ou façam uma avaliação pré-desfile”, orienta Chamon.

Chamon lembra que independente de ter ou não doença pré-existente, estar ou não “no shape”, fazer atividade física regularmente é primordial para quem quer viver mais e melhor. Mas para você ter uma atividade física regular com segurança, é interessante fazer uma avaliação prévia com o cardiologista.

“Mesmo que você faça atividade física regularmente e não sinta nada, você precisa ser visto pelo médico. Uma avaliação prévia vai estimar o seu risco, entender os seus fatores de risco, realizar os exames necessários para você e definir a sua estratégia preventiva de longo prazo. Isso quer dizer: definir a sua meta de colesterol, de glicose, a periodicidade dos exames, quais exames e de quanto em quanto tempo tem que fazer para que você tenha uma tranquilidade para fazer a sua atividade física. Esse tipo de avaliação determina o seu risco e a periodicidade da sua avaliação, que pode ser até anual, ou de 5 em 5 anos, dependendo da sua idade, depende da pessoa. Mas todos precisam, além de fazer atividade física regular, ter uma avaliação de risco e uma programação preventiva”, conclui o cardiologista do Vitória Apart.

Por Bárbara Oliveira


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